09 agosto 2010

O Psiconauta


O Psiconauta é o caminheiro da mente.
É o senhor absoluto do seu caminho.
A solidão é a sua candeia e o infinito o seu estandarte.
Solar ou ctónico, explora a infinitude dos mundos mentais sem restrições ou medos.
Mergulha no vulcão em erupção e testemunha mil crepúsculos nos antípodas do Universo. Dissolve-se no astral, uno com o Cosmos.
Almoça com os Lamas e bebe o chá da tarde com os Sadhus.
Não sabe o que são fronteiras nem obstáculos.
Não distingue a morte da vida.
Fala a linguagem do Eterno.
Flui, apenas.

03 agosto 2010

Portais


Estão em toda a parte.
Arquitectónicos, místicos, emocionais, mentais, espirituais, cibernéticos, intelectuais,
físicos, simbólicos, visuais, temporais, mágicos, dimensionais, sexuais, quotidianos,
universais, ilusórios ou reais, ciclópicos ou ínfimos, visíveis ou mais discretos,
humanos ou divinos, banais ou epifânicos.
Basta um olhar mais observador.
Qualquer passeio pelas imediações,
da simples porta de casa às imponentes obras maçónicas,
de uma breve passagem de um livro a uma revelação de consciência,
de uma tempestade cerebral a uma mudança de atitude,
de uma ruína humana a um passo da humanidade,
de um clic na internet a um estado de conhecimento semi akáshico,
de uma violação brutal a um parto sublime,
de um devaneio místico a uma manifestação fenomenológica,
de uma viagem espacial a uma viagem astral,
do ritual mais sombrio ao mais iluminado,
da conclusão escolástica mais sóbria ao êxtase consciente induzido por toxicidade.
Há-os por todo o lado.
Quão insonsa seria a vida humana sem eles.