05 maio 2009

Benzedura


"Ora é Lua!"

Pegando na faca de lâmina virgem, vertendo um pouco do primeiro azeite do ano na taça, dispondo alhos novos ainda com rama, cabelos soltos, pés descalços, vestido de linho tosco, comprido a roçar o chão. Sal, velas, água da fonte, carvão incandescente, ramo de alecrim e rosmanhinho a queimar.
Invoca-se a descida d'Aquela-Que e diz-se a meia voz em mantra mode:

"Aqui te corto
se és cobra ou cobrão
sapo ou sapão
aranha, aranhão
bicho de toda a nação
corto o rabo, a cabeça e a raíz do coração!
Tudo venha a bem amor
pelas cinco chagas místicas de nosso Senhor!"

A Faca rasga o Azeite em forma de cruz, corta a rama e o coração dos Alhos, Sal ao Fogo a crepitar, Água ao Fogo para acabar. Enterram-se os restos para a Mãe Natureza galvanizar.

"Dito foi, feito está!"

ADA! QASE, QASS e QASEDN!

E pronto.. EVOE!
Nota - Não efectuar em noites de lobisomem, anos bisextos ou sem o cuidado atento de alguém experiente ao lado, por perigo de transmutação em sapo e de dez anos de hirsutismo para toda a família.